Ovinocultura ou ovinicultura é parte da Zootecnia que trata do estudo e da criação de ovelhas, de ovinos. Uma das primeiras explorações animais feitas pelo homem, há mais de 4000 anos, na Ásia Central.
O objetivo da ovinocultura é a produção de alimentos de origem ovina, na forma de carne e leite, e de outros produtos, tais como a lã extraída destes animais.
Manejo
Atualmente, a produção de ovinos pode ser feita de forma extensiva, intensiva ou um misto dos dois sistemas. Quando no sistema extensivo, a formação de pastos com qualidade, bem como a rotação no uso destes são de extrema importância para a boa manutenção e nutrição do rebanho ovino. No sistema intensivo, a nutrição feita por meio de rações e suplementos merece destaque pela busca de matérias-primas de qualidade, para que ocorra a nutrição e engorda adequada dos ovinos, com custo-benefício conforme o mercado.
O bom manejo reprodutivo é imprescindível para a qualidade dos rebanhos de ovinos. Geralmente, o manejo se inicia com os animais pesando em torno de 40 kg, aos 18 meses de idade. Há várias modalidades de cruzamentos industriais, adotadas de acordo com a raça e com o produto desejado. A utilização de inseminação artificial é uma forma bem técnica e deve ser adotada conforme o custo-benéfico apresentado. Em várias propriedades do Brasil, já se utiliza a transferência de embriões com a finalidade de melhoria dos rebanhos.
Outro aspecto primordial para o sucesso da criação de ovinos são as instalações utilizadas, pois muitos criadores, acostumados apenas com bovinos, têm tendência de adaptar as instalações pré-existentes erroneamente. Por isso, é preciso definir que tipo de produção será feita – lã, carne ou leite – além de estimar o tamanho do rebanho, no auge da produção, para se projetar os abrigos, os centros de manejo, as maternidades, os confinamentos para engorda ou terminação e outros.
Principais raças criadas no Brasil
Para a produção de lã, destacam-se as raças australianas Ideal ou Polwarth e Merino australiano, todas bem adaptadas, suportam climas quentes e pastagens em solos pouco férteis. No entanto, não suportam alta umidade.
Dentre as raças lanadas, produtoras de carne, destacam-se as inglesas Hampshere Down e Suffolk, esta última prefere climas amenos e mais disponibilidade de alimentos. Da mesma forma, destacamos a raça francesa, Ile de France, que produz cordeiros com alta velocidade de crescimento.
Já dentre as raças deslanadas, produtoras de carne, destacam-se a Morada Mova, esta com larga adaptação ao nordeste e bons ganhos de peso, e a Santa Inês, do Sul do país, descendente de uma raça italiana leiteira, produtora de cordeiros com alta capacidade de engorda.
O mercado
Atualmente, o principal produto da criação de ovinos, no Brasil, é a carne. No nordeste e no sul, sempre houve a tradição do consumo da carne de ovinos, em feiras, em churrascarias e em festas populares. A matéria-prima utilizada no abate sempre foram ovinos adultos, de 3 a 4 anos, com qualidade muito variada nas texturas, e consistência dura e sabor forte, no resultado final, o que gerava uma certa resistência quanto ao seu consumo.
Com o aprimoramento constante na produção e o refinamento no gosto da população, finalmente chegou-se a um crescimento na venda de carne de cordeiro. Um padrão ideal já foi desenhado pelo consumidor brasileiro e pela indústria, com isso, a cadeia produtiva teve de se adaptar para substituir a produção de carneiros por cordeiros.
Atualmente, existe tecnologia para se produzir cordeiros bem precoces, chega-se a produzir cordeiros em 8 meses.
Futuro
A ovinocultura tende a crescer muito em nosso país, pois temos condições climáticas e área suficiente para isso. No entanto, os produtores precisam apostar em modelos de gestão moderna e atualização de tecnologias. O mercado de ovinos já aponta a direção para onde vai o consumo interno.